Tenho ouvido falar e lido sobre o
quanto praticar atos de altruísmo e bondade pode trazer satisfação às
pessoas, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Fico me
questionando sobre essas questões e como a ciência encara o assunto.
Recentemente tive acesso a um material do psicólogo Dacher Keltner,
diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da
Califórnia, em Berkeley, que escreveu o livro Born to be good: the science of a meaningful life
(W.W.Norton, 2009, ainda sem tradução em português). Esses estudos
investigam o poder da emoção humana inata, afirmando que o nervo vago,
que é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal, tem
conexões com os receptores para a oxitocina, neurotransmissor
relacionado aos laços maternais, capacidade de vínculação e relações
afetivas mais duradouras. As pesquisas descobriram que a ativação dessa
região está associada aos sentimentos de cuidado e
intuição humanas e estimula o desenvolvimento de sentimentos como
compaixão, gratidão, amor e felicidade.
Ao
mesmo tempo, caiu em minhas mãos um livro de crônicas de Affonso Romano
de Sant'Anna, "Tempo de Delicadeza" e tudo isso tem me feito pensar,
pensar e pensar... Sant'Anna fala em suas crônicas da importância da
amizade, dos amores bons e amores maus, da necessidade de buscarmos a
delicadeza em tempos de violência, corrupção, injustiças e cita um
verso de Vinícius "Elegia ao primeiro amigo", o qual vou destacar, entre
tantos outros versos "...Não sou bom, nem mau: sou delicado. Preciso
ser delicado. Porque dentro de mim mora um ser feroz e fratricida. Como
um lobo".
Bom... será possível
que as pessoas consigam ser bons, altruístas, melhores do que são e
venham a controlar o seu lado fratricida,de lobo, construindo uma vida
de maior delicadeza? Ou isto é mera utopia ... um delírio que tive em
uma manhã de sábado chuvoso?
Quem tiver interesse em
ler uma entrevista do psicólogo Dacher Keltner divulgada na Revista
Mente e Cérebro de janeiro 2010, acesse o link abaixo:
A ciência da bondade
A ciência da bondade
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